
Câncer de mama: prevenção, sintomas e suas classificações
Postado por Dr. Pedro Alvarenga
O câncer de mama se destaca entre os mais incidentes na população, principalmente entre as mulheres. Não à toa, este é um dos tipos de tumores mais temido pela população feminina.
Um recente levantamento divulgado pelo Global Cancer Observatory (GCO) revela que, no último ano, a doença foi responsável por 11,7% dos novos casos de câncer no mundo, com 2,26 milhões de casos registrados.
Esses números fizeram com que se tornasse a patologia oncológica mais diagnosticada em 2020, superando o câncer de pulmão, que teve 2,2 milhões de novos casos, e excluindo o câncer de pele não-melanoma das estatísticas.
Apesar disso, as modalidades de tratamento apresentam altos níveis de cura da doença, principalmente quando detectado precocemente.
No artigo de hoje, vamos entender melhor os sintomas, as causas e os tratamentos do câncer de mama. Acompanhe a leitura.
O que é câncer de mama?
O câncer de mama é caracterizado pela multiplicação desordenada de células cancerígenas na mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.
No caso, as células mais afetadas são as que revestem os ductos mamários ou se encontram nos lóbulos das glândulas mamárias. Em sua maioria, essas células tendem a serem agressivas e de formação desorganizada, formando a lesão tumoral.
A doença ocorre quase que exclusivamente em mulheres, mas os homens também podem ter câncer de mama.
Sua ocorrência é predominante em mulheres acima de 50 anos, e vale ressaltar que nem todo tumor é maligno – a maioria dos nódulos detectados na mama são de comportamento benigno.
Quanto antes for detectado, melhor. Isso porque se diagnosticado e tratado na fase inicial da doença, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Por isso, a postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce da doença.

Sinais e sintomas
O câncer de mama pode ser uma doença silenciosa ou não, uma vez que algumas mulheres não apresentam nenhum sintoma. Portanto, é imprescindível que a mulher conheça bem o seu corpo para conseguir reconhecer mudanças que não são normais.
O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo na mama, estando presente em cerca de 90% dos casos quando é percebido pela própria mulher, de acordo com o INCA. Eles podem ser indolores, duros e irregulares ou macios e mais arredondados.
Além disso, o câncer de mama pode apresentar outros sinais e sintomas, como:
- Inchaço de toda ou parte da mama (mesmo que não se sinta um nódulo);
- irritação da pele ou aparecimento de irregularidades na mama;
- dor e/ou inversão do mamilo;
- vermelhidão ou descamação do mamilo ou pele da mama;
- secreção de sangue ou serosa (amarela) pelos mamilos;
- espessamento ou retração da pele ou do mamilo; e
- nódulo nas axilas ou no pescoço.
Esses sintomas podem surgir em simultâneo ou isoladamente, e serem evidências da neoplasia em estágio inicial ou já avançado.
Apesar disso, a presença de algum destes sintomas não significa necessariamente um tumor maligno, sendo sempre necessária a avaliação de um médico especialista.

Tipos de câncer de mama mais comuns
Há vários tipos de câncer de mama, em que alguns se desenvolvem rapidamente, e outros, não. Eles são determinados pelas células específicas da mama afetadas.
Podem ser classificados como “in situ” — quando o tumor não é invasivo e está presente apenas no local inicial — ou “invasivo” — quando a doença pode causar metástase e atingir outros órgãos.
Os tipos mais comuns são:
- Carcinoma ductal: é o tipo mais comum de câncer de mama. Esse tumor se forma no revestimento de um dos ductos mamários, que carregam o leite materno dos lóbulos até o mamilo. Ele pode permanecer dentro dos ductos como não invasivo (in situ), ou pode se espalhar para outras partes (invasivo);
- Carcinoma lobular: é desenvolvido nos lóbulos mamários, que são responsáveis pelas glândulas produtoras de leite. Em sua fase in situ, este tipo é pouco agressivo e fácil de tratar, mas são considerados um marcador de risco para o desenvolvimento da doença. Já sua fase invasiva, é mais rara e muitas vezes difícil de identificar.
Além desses, existem outros tipos que afetam diferentes células na mama, mas são menos comuns, como o câncer de mama inflamatório, doença de Paget, tumor filoide e angiossarcoma, e outros ainda mais raros, como o carcinoma medular, mucinoso e tubular.
Assim como cada tipo de tumor possui particularidades e diferenças, o tratamento também não é universal, sendo necessário o acompanhamento médico desde a realização dos exames para entender cada caso até a decisão da melhor abordagem e tratamento da doença.
O que causa o câncer de mama
O câncer de mama não tem uma causa única. Qualquer um pode desenvolver a doença, sendo que apresentam maior risco as mulheres com mais de 50 anos.
Isso porque a idade é um dos principais fatores de risco para a doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Além disso, diversos outros fatores comportamentais, ambientais, médicos e familiares, também aumentam o risco da neoplasia maligna. Veja:
Fatores de risco comportamentais/ambientais:
- Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
- sedentarismo e inatividade física;
- consumo de bebida alcoólica; e
- exposição frequente a radiações ionizantes.
Histórico médico e fatores hormonais:
- Primeira menstruação antes dos 12 anos;
- não ter tido filhos;
- primeira gestação após os 30 anos;
- não ter amamentado;
- parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
- ter feito uso de contraceptivos hormonais (pílula anticoncepcional) por tempo prolongado; e
- ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos.
Histórico familiar/genética:
- Histórico familiar de câncer de mama;
- histórico familiar de câncer de ovário; e
- alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes brca1 e brca2, têm risco elevado de câncer de mama (apesar de corresponder a apenas 5 a 10% dos casos).
Para ajudar com a rastreabilidade do tumor, existem testes que podem ser feitos e que ajudam a identificar a alteração mesmo antes do câncer surgir, dando a oportunidade de um manejo clínico adequado.
Entre eles podemos citar a retirada precoce das mamas, a realização de exames mais frequentes, além de visitas médicas contínuas.
Exame para detectar o câncer de mama

O acesso à investigação diagnóstica das alterações suspeitas da mama, de modo ágil e com qualidade, é um direito da mulher. A rapidez da avaliação facilita a detecção precoce da doença e, consequentemente, traz mais chances de tratamento e cura.
A maioria dos casos de câncer de mama são descobertos pelas próprias mulheres — cerca de 80% dos casos, de acordo com a Revista Brasileira de Enfermagem.
Por isso, é importante que elas sejam estimuladas a conhecerem seu próprio corpo e, principalmente, suas mamas, a fim de identificar eventuais alterações suspeitas.
Um nódulo ou outro sintoma nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não um tumor maligno. Para auxiliar no diagnóstico, existem procedimentos que devem ser feitos regularmente, desde a consulta periódica ao médico até exames preventivos.
Além do exame clínico, exames de imagem podem ser recomendados como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.
A confirmação diagnóstica é feita pela análise da lesão em laboratórios especializados em anatomia patológica, podendo essa avaliação ser feita através de biópsia ou pela própria retirada da lesão.
Conscientização e autoexame
Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para a detecção precoce do câncer de mama. A orientação é observar e palpar as mamas sempre que se sentir confortável, a fim de reconhecer variações naturais e identificar alterações mamárias suspeitas.
Entretanto, esse exame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde. Mas caso perceba alguma alteração, é necessário sempre procurar um médico para realizar os exames em tempo oportuno.
Exame clínico
O exame clínico é feito pelo mastologista e/ou ginecologista, que palpa as mamas e axilas para verificar possíveis alterações. A consulta deve ser feita pelo menos uma vez por ano. Se necessário, será indicado um exame mais específico para a confirmação do diagnóstico.
Mamografia para câncer de mama
A mamografia é o exame primordial para o rastreio da neoplasia. É uma radiografia das mamas, que permite visualizar nódulos e calcificações, mesmo antes de serem sentidos no autoexame e/ou exame clínico.
Mulheres entre 50 a 69 anos de idade devem fazer a mamografia de dois em dois anos. Antes dessa idade, as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita de certa forma a realização do exame, sendo indicado outras alternativas, como a ultrassonografia das mamas.
A mamografia ainda pode ser recomendada mais precocemente, caso haja casos de câncer de mama na família ou outros fatores de risco, a critério médico. Nesses casos, o exame de rastreio deve ser feito anualmente, a partir dos 35 anos.
Exame de sangue
A análise dos exames de sangue (marcadores tumorais) do paciente, além de ser útil no diagnóstico, também é importante para manter o médico informado quanto à resposta do tratamento e recorrência da doença.
Quando há algum processo cancerígeno, algumas proteínas específicas têm sua concentração aumentada no sangue, que são observados e analisados pelo médico.
Além disso, é por meio do exame de sangue que podem ser identificadas mutações nos genes supressores de tumor, o BRCA1 e o BRCA2, que podem predispor ao câncer de mama.
Ultrassonografia das mamas
É um exame complementar à mamografia, utilizada para caracterização dos nódulos (benignos e/ou malignos) e avaliação dos cistos (conteúdo líquido). Também tem utilidade também para guiar biópsias e punções.
Ressonância magnética
A ressonância magnética é solicitada quando há alterações nos exames de mamografia e ultrassonografia em casos específicos.
Este exame ajuda o médico a reforçar a hipótese do diagnóstico e a identificar o tamanho da lesão, assim como a existência de outros locais que possam estar afetados.
Biópsia das mamas
A biópsia é o exame final para confirmar o diagnóstico do câncer de mama, recomendado quando se encontram nódulos suspeitos nos exames de rotina.
Este exame caracteriza-se pela retirada de um pequeno fragmento de tecido para análise histológica com o objetivo de verificar a presença de células tumorais malignas.
Como prevenir o câncer de mama?
Sempre é melhor prevenir do que remediar, certo? Apesar de não ser possível controlar todos os fatores de risco do câncer de mama, como a questão genética, ainda podemos adotar medidas preventivas no dia a dia.
Isso porque alguns hábitos podem diminuir pela metade as chances de desenvolver a doença. De acordo com o INCA, cerca de 30% dos casos podem ser evitados com a adoção de costumes saudáveis — que, inclusive, vão ajudar na saúde como um todo.
Ter uma alimentação saudável e equilibrada, praticar atividades físicas e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo, são algumas dicas que podem ajudar na prevenção. Confira:
- Manter o peso corporal adequado. Estima-se que mulheres obesas têm 20% a mais de chances de desenvolver o câncer de mama após a menopausa;
- Praticar atividade física regularmente;
- Alimentação saudável e equilibrada. Frutas, legumes e verduras ajudam a prevenir o câncer de mama ao inibir a chegada de compostos cancerígenos às células.
- Evitar o consumo de bebidas alcóolicas e não fumar — álcool e cigarro devem ser sempre evitados. Estudos científicos garantem que fumar, a longo prazo, aumenta o risco de incidência da doença em algumas mulheres. Assim como o consumo de bebidas alcoólicas, que por menor que seja, também pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer;
- Amamente o máximo de tempo possível. As mães que amamentam seus bebês por pelo menos um ano reduzem o risco de desenvolverem o câncer de mama futuramente;
- Evitar uso de hormônios sintéticos, como terapias de reposição hormonal. Caso for necessário, faça sempre sob orientação estrita de um médico e por tempo limitado; e
- Realizar exames preventivos periodicamente, para rastreio e acompanhamento da saúde da mulher.
Alimentos que previnem o câncer de mama

A alimentação pode ser uma aliada no combate ao desenvolvimento do câncer de duas maneiras: primeiro é evitando a ingestão de substâncias cancerígenas (como embutidos e frituras); e a outra é adicionando à dieta alimentos anticancerígenos (ou antitumorais).
Dito isso, o recomendado é evitar ao máximo os alimentos industrializados, como os enlatados, ou carnes processadas. Assim, você também estará controlando o seu peso, outro fator de risco para o câncer.
Existem também diversos alimentos que ajudam com a prevenção, principalmente as frutas, vegetais e alimentos ricos em ômega-3.
A ação anticancerígena destes alimentos possuem um grande poder antioxidante no organismo, que protege as células dos danos causados ao retardar ou inibir a sua oxidação, além de evitar as mutações no DNA das células.
Confira alguns desses alimentos:
- Frutas vermelhas e roxas, como amora, morango, açaí, framboesa, uvas pretas e cerejas;
- tomate, molho de tomate, goiaba e melancia;
- frutas cítricas e ricas em vitamina, como laranja, limão, acerola, abacaxi, goiaba e caju;
- couve-flor, repolho e brócolis;
- soja e feijão;
- peixes (sardinha, atum e salmão);
- alimentos ricos em ácido graxo, como abacate, azeite de oliva extra-virgem, farinha de linhaça e chia;
- gengibre;
- chá verde e preto;
- cenoura e abóbora;
- espinafre e couve;
- alho e cebola; e
- chocolate amargo e cacau.
Incluir alguns desses alimentos nas refeições diárias e praticar hábitos de vida saudáveis, são medidas que podem contribuir para a prevenção de doenças oncológicas.
Amamentação ajuda prevenir câncer de mama?
Sim, a amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama. Essa é uma grande dúvida entre as mães, que temem o desenvolvimento da doença.
Mas saiba que além de ser importante para o desenvolvimento do bebê, o aleitamento materno é saudável para as mulheres, visto que diminui o risco de ter a doença, entre outros benefícios.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), uma mulher que amamenta durante um ano tem 4,3% menos chances de desenvolver tumores na região mamária.
Durante o período de aleitamento, as taxas de determinados hormônios (estrogênio e progesterona), que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer, caem na mulher.
Além disso, a amamentação promove a eliminação e renovação de células que poderiam ter lesões no material genético, diminuindo mais ainda as chances da doença na mulher.
Quanto mais prolongada for a amamentação, maior a proteção para a mãe e o bebê. Por isso, o ideal é que seja feito um aleitamento materno exclusivo até os seis meses e manter a amamentação complementar até os dois anos de idade ou mais.
Além da redução do risco do câncer, a amamentação também previne problemas como pressão alta, colesterol alto, diabetes e obesidade.
Vale ressaltar que as mulheres que não conseguem amamentar por motivos diversos, podem realizar a ordenha para inibir a produção hormonal. No momento da retirada do leite, acontece o mesmo estímulo à produção e, por sua vez, os mesmos benefícios.
Câncer de mama masculino também é possível

É verdade que o câncer de mama masculino também é possível. Assim como as mulheres, os homens também possuem glândulas mamárias e hormônios femininos, ainda que em quantidade pequena.
Estimativas do INCA apontam que dos casos de câncer de mama, apenas 1% é masculino. Ou seja, para cada 100 mulheres diagnosticadas, há apenas um homem com o mesmo diagnóstico.
Normalmente, a incidência maior se dá em homens mais velhos, acima dos 60 anos, e pode ser mais frequente em homens cujas famílias apresentam outros casos de câncer de mama (mesmo que em mulheres) e câncer de ovário.
Os sintomas em homens são similares aos que já vimos, incluindo:
- Surgimento de um caroço próximo ao mamilo;
- alterações cutâneas (pele ondulada ou enrugada);
- úlcera na pele (vermelhidão ou descamação da pele da mama ou do mamilo);
- retração do mamilo;
- inchaço nos linfonodos na axila; e
- secreção pelo mamilo.
Justamente por ser mais raro, não existe indicação para realização de exames de rastreamento, como a mamografia, em homens. Mas ao primeiro sinal de alteração na mama ou próximo do mamilo, é imprescindível consultar um médico.
O tratamento do câncer de mama masculino também é similar ao feminino, baseando-se nos métodos como cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia conforme o estadiamento.
Quais os tratamentos para câncer de mama?
Assim como cada paciente é único, cada tipo de câncer de mama também demanda um tratamento certo. A escolha da intervenção médica mais eficaz é feita após exames e uma análise aprofundada sobre o estado clínico do paciente.
As opções e recomendações dependem de vários fatores, incluindo o tipo de tumor de mama, seu tamanho e a extensão de sua disseminação, sendo assim, classificadas em fases e/ou estágios (estadiamento).
A partir disso, as modalidades de tratamento podem incluir:
- Tratamento local: cirurgia e radioterapia; ou
- Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia direcionada.
Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo, chegando a até 95% dos casos, segundo o INCA.
Mas em estágios avançados, em que a doença já desenvolveu metástases (quando o câncer se espalha para outros órgãos), o tratamento busca sobretudo prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. Nesse momento, é importante pesar os benefícios de cada opção terapêutica contra os possíveis riscos e efeitos colaterais.
Por Radioterapia
A radioterapia é um dos mais utilizados tratamentos oncológicos em todo o mundo. Aliada à cirurgia ou feita de forma isolada, ela tem como objetivo destruir as células tumorais por completo.
O tratamento consiste na aplicação de feixes de radiação ionizante (raio X, por exemplo) sobre a área onde está localizado o tumor, para destruir ou impedir que suas células cancerígenas aumentem.
A radiação é um feixe de energia que não pode ser isolada para atingir somente as células tumorais, e acaba atingindo células saudáveis também.
Durante a aplicação, o paciente não sente nada. No entanto, este procedimento pode ocasionar o aparecimento de alguns efeitos colaterais. Dentre os efeitos colaterais mais comuns estão:
- Inchaço e sensação de peso na mama;
- vermelhidão e coceira;
- radiodermite (bolhas, descamação e queimação); e
- fadiga.
Ação da Quimioterapia
Os efeitos colaterais da quimioterapia também dependem do tipo e da dose dos medicamentos escolhidos, além do tempo de duração do tratamento e do estado de saúde prévio de cada paciente. Em geral, os desconfortos são temporários e podem ser controlados, entre eles:
- Perda de cabelo;
- Queda de unhas;
- Redução do apetite e de peso;
- Náusea e vômito;
- Diarreia ou intestino preso;
- Alterações na pele;
- Hematomas e sangramentos;
- Fadiga.
Terapia direcionada (terapia alvo):
A terapia direcionada corresponde a um tratamento personalizado de acordo com o tipo de câncer da paciente. É um procedimento que usa substâncias para identificar e atacar especificamente as células cancerígenas, provocando pouco dano às células normais.
Essa terapia bloqueia o crescimento e a disseminação das células tumorais, ao mesmo tempo em que limita os danos às células saudáveis.
Assim como a quimioterapia, esses medicamentos entram na corrente sanguínea e atingem quase todas as áreas do corpo, o que os torna úteis contra a doença avançada.
A Cannabis medicinal como tratamento complementar
Diversos estudos já mostram os benefícios com o uso do canabidiol em tratamentos contra câncer, ajudando principalmente a minimizar os sintomas incômodos da doença e/ou dos tratamentos, como as dores, náuseas, vômitos, insônia e alterações do apetite.
Vale reforçar que os produtos à base da cannabis não substituem os medicamentos quimioterápicos e protocolos oncológicos, mas funcionam como uma terapia complementar, com ênfase na melhora da qualidade de vida e controle de sintomas
Além disso, há pesquisas pré-clínicas (feitas em modelos animais e culturas celulares) que demonstram efeitos antitumorais do canabidiol. No entanto, ainda é preciso explorar a possibilidade em pacientes humanos, com efeitos in vivo.
Dessa forma, a substância pode ajudar a reduzir o crescimento das células cancerosas, ou até mesmo acelerar a sua eliminação e inibir a metástase, quando o câncer se espalha para outras partes do corpo.
Caso você se interesse em adquirir o produto de cannabis no seu tratamento oncológico, consulte e converse com seu médico para encontrar a sua dose ideal.
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Referências
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2020: incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2019a. Disponível em: https://www.inca.gov.br/estimativa/taxas-ajustadas/neoplasia-maligna-da-mama-feminina-e-colo-do-utero
Morrow M. Chapter 3: Physical Exam of the Breast. In: Harris JR, Lippman ME, Morrow M, Osborne CK, eds. Diseases of the Breast. 5th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health; 2014.
MIGOWSKI, A. et al. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil. II – Novas recomendações nacionais, principais evidências e controvérsias. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 6, p. e00074817, 2018b. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/8gGyb5s9Nt3nSsw5GFnnPQb/?lang=pt
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Breast cancer screening. Lyon: IARC, 2016. (IARC handbooks of cancer prevention, v. 15). Disponível em: https://publications.iarc.fr/Book-And-Report-Series/Iarc-Handbooks-Of-Cancer-Prevention/Breast-Cancer-Screening-2016