11 sintomas de enxaqueca: como se prevenir e tratar

11 sintomas de enxaqueca: como se prevenir e tratar

Postado por Dr. Pedro Alvarenga

Lidar com os sintomas de enxaqueca não é uma tarefa fácil. Afinal, é daquelas dores que impossibilita você de realizar qualquer atividade.

Muitas vezes confundida com outras cefaleias, a enxaqueca pode estar associada a diversos fatores, como alimentação inadequada, sobrecarga e estresse. Por isso, é essencial saber reconhecer os sinais e buscar tratamento para que o problema não afete sua rotina

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a décima doença mais incapacitante. Só no Brasil, são mais de 30 milhões de pessoas que sofrem com a patologia. 

Mas quais são esses sinais da enxaqueca e como tratar? Acompanhe o artigo e descubra.

Os 11 principais sintomas de enxaqueca

A enxaqueca é uma doença neurológica, que pode se manifestar de forma episódica ou crônica. Ela caracteriza-se por uma forte dor de cabeça, pulsante e unilateral e, geralmente, é acompanhada pela sensibilidade à luz, ao som, capaz de provocar náuseas e vômitos. 

Os sintomas da enxaqueca podem ser moderados ou intensos a ponto de prejudicar as atividades do dia a dia. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), 90% das pessoas que sofrem com a cefaleia são afetadas nos âmbitos social e profissional.

No geral, seus principais sintomas são:

1. Dor de cabeça intensa

A dor de cabeça forte e latejante é o sintoma mais característico da crise de enxaqueca, que pode durar até 72 horas. Normalmente, é a primeira reação a se manifestar no corpo, que tende a piorar com qualquer esforço.

2. Distúrbios na visão

A chamada enxaqueca com aura acontece em crises que surgem acompanhadas de sintomas visuais ou sensitivos. A vista pode ficar escura ou embaçada, e ainda apresentar pontos pretos, linhas onduladas e flashes de luz.

3. Sensibilidade à luz, a ruídos e certos cheiros

Quando as crises de enxaqueca se manifestam, é comum a hipersensibilidade à luz (fotofobia), aos sons (fonofobia) e a certos odores (osmofobia). No caso, até mesmo os menores ruídos e uma claridade sutil podem intensificar a cefaleia. Assim como perfumes ou cheiro de cigarro geram ainda mais transtornos para a pessoa. 

4. Sensibilidade ao movimento do corpo ou ambiente

Também é comum que a sensibilidade ao movimento do corpo ou ambiente desencadeie crises de labirintite. Ou seja, a pessoa sente vertigens e tonturas ao realizar certas atividades, como subir ou descer escadas, agachar, e até viajar de carro, ônibus ou barco. 

5. Náuseas e vômitos

A enxaqueca pode provocar forte enjoo, náuseas e vômitos, sendo agravado por outros sintomas da doença. No geral, esse desconforto é considerado um dos mais incapacitantes. 

6. Bocejos constantes

Homem bocejando no escritório enquanto trabalha.
O bocejo é um dos sintomas que podem indicar enxaqueca.

Muita gente não sabe, mas bocejos constantes também podem indicar um sintoma de enxaqueca. A pessoa com enxaqueca boceja demais e incontrolavelmente, e este é considerado um sinal premonitório, ou seja, que aparece antes mesmo da dor de cabeça. 

7. Alterações no sono 

As alterações no sono e a insônia podem ser um gatilho ou sintoma de enxaqueca. De acordo com estudo publicado no periódico Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia, pessoas com enxaqueca se mostraram mais propensas a dormir com menos qualidade, com uma duração menor do estágio do sono fundamental (sono REM).

8. Irritabilidade e alterações de humor

É comum que a pessoa com enxaqueca sofra com alterações de humor, que incluem desde irritabilidade, ansiedade e até depressão. Esses sintomas podem anteceder as crises, dando sinais de nervosismo e corpo mole, ou mesmo se manifestar após a incidência da dor.  

9. Problemas digestivos 

Além da ocorrência de náuseas e vômitos, já citados anteriormente, outras desordens no sistema digestivo podem se manifestar como sintomas de enxaqueca. A falta de apetite, ânsia de comer e a diarreia são exemplos dessas alterações. 

10. Fraqueza e tensão muscular 

A enxaqueca também pode ser acompanhada por uma fraqueza muscular, causando bastante desconforto e agravando a dor.  Falta de energia, fraqueza nos braços e pernas, dormência, formigamento e sensibilidade ao toque são alguns sintomas que acompanham a patologia. 

Assim como o aparecimento de nódulos de tensão na região da nuca, músculos dos ombros e das costas. No entanto, essas manifestações motoras e sensitivas da enxaqueca com aura são mais raras. 

11. Dificuldade de concentração 

Quem sofre de enxaqueca, costuma apresentar dificuldade de concentração, raciocínio e memória durante as crises. É o que aponta uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, que concluiu que a condição pode prejudicar a comunicação entre os neurônios e comprometer as funções cognitivas. 

Os tratamentos ideais para enxaqueca

Médica sorridente usando óculos e uniforme com estetoscópio apertando a mão da paciente, uma mulher idosa, em consulta. Imagem ilustrativa texto sintomas de enxaqueca.
O acompanhamento médico é essencial para um tratamento adequado da enxaqueca.

Muitas pessoas não sabem, mas existem tratamentos que podem amenizar os sintomas de enxaqueca. 

Nos momentos de crise, o ideal é buscar um ambiente tranquilo, escuro e silencioso e permanecer em repouso. Sob recomendação médica, a enxaqueca também pode ser combatida com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios para reduzir a dor.

É importante ressaltar que o diagnóstico deverá sempre ser feito por um médico especialista. Apenas ele será responsável por avaliar os sintomas e conduzir o tratamento. Dentro dos pontos analisados, serão avaliadas a frequência e gravidade das dores. 

Ainda assim, a prevenção é o principal meio para evitar a manifestação de crises. Por isso, é fundamental a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada, técnicas de relaxamento e qualidade do sono.

Como prevenir a enxaqueca? 

Além dos cuidados no momento da crise e a indicação medicamentosa, você pode adotar alguns hábitos que ajudam na prevenção da enxaqueca. Confira:

  • Evitar situações estressantes no seu dia a dia; 
  • não pular refeições e/ou ficar sem comer por muito tempo;
  • evitar alimentos e bebidas que possam provocar crises; 
  • praticar exercícios físicos regularmente;
  • manter uma boa qualidade do sono; 
  • limitar o consumo de cafeína, álcool e chocolate;
  • não fumar;
  • ficar atento aos gatilhos psicológicos, como ansiedade e depressão;
  • hidratar-se ao longo do dia;
  • terapias de relaxamento, meditação e concentração.

Quais as causas da enxaqueca?

Diversos fatores podem ser responsáveis por desencadear uma enxaqueca, caracterizando assim, uma doença multifatorial.

Ela afeta cerca de 15% da população brasileira, com maior incidência na faixa etária dos 25 aos 45 anos. Segundo o Ministério da Saúde, o problema é ainda maior entre as mulheres, que chega a até 25% de prevalência, mais que o dobro entre os homens.

Além do fator genético, o estilo de vida do paciente e os transtornos de humor também são frequentemente associados a um episódio de crise.

Veja alguns gatilhos comuns que provocam a enxaqueca:

  • Estresse;
  • jejum por muito tempo;
  • alterações hormonais;
  • insônia;
  • alto consumo de café, refrigerante ou chocolate;
  • álcool e tabagismo; 
  • falta de exercícios físicos; 
  • excesso de esforço físico;
  • luzes, sons e odores muito fortes; 
  • abuso de medicamentos;
  • alimentos como queijos amarelos, frutas cítricas, carnes processadas, frituras e gorduras;
  • causas genéticas. 

Agora, você já sabe quais são os principais sintomas de enxaqueca, como prevenir e os tratamentos mais adequados para cada caso.

Se identificou com algum dos itens citados? Fique em repouso e procure um médico profissional! Para saber mais, continue acompanhando nosso blog e redes sociais.

Referências

Subjective Sleep Quality and Sleep Architecture in Patients With Migraine A Meta-analysis. Emily Charlotte Stanyer, Hannah Creeney, Alexander David Nesbitt, Philip Robert Holland, Jan Hoffmann Neurology Oct 2021, 97 (16) e1620-e1631; DOI: 10.1212/WNL.0000000000012701 

Headache Collaborators (2018). Global, regional, and national burden of migraine and tension-type headache, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. The Lancet. Neurology, 17(11), 954–976. https://doi.org/10.1016/S1474-4422(18)30322-3 

Speciali JG, Kowacs F, Jurno ME, et al. Protocolo nacional para diagnóstico e manejo das cefaleias nas unidades de urgência do Brasil – 2018  [internet]. Academia Brasileira de Neurologia; 2018. Disponível em: https://sbcefaleia.com.br/images/file%205.pdf.